Controle de Reativos na Indústria

“As consequências do baixo fator de potência são reais e visíveis às empresas ao final do mês em sua conta de energia.” - Matheus Novaes.

Autor: Matheus Novaes

Energia Reativa

Empresas têm cada vez mais a necessidade do controle de energia reativa injetada no sistema elétrico, principalmente após o faturamento de reativos excedentes pelas concessionárias, conforme o Decreto n°479 de 20 de março de 1992 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Assim, passa a ser cobrado pela quantidade de energia ativa que poderia ser conduzida no espaço ocupado pelos reativos.

E como da necessidade surge a oportunidade, profissionais da área têm estado de olho nas oportunidades desse setor, buscando desempenhar funções na aplicação de técnicas e prescrições normativas de correção do fator de potência. Estes profissionais especializados ganham dinheiro instruindo e convencendo as empresas dos riscos de um baixo fator de potência e dos benefícios da utilização de bancos de capacitores em sua correção.

Para quem é vantajoso a redução de reativos?

As consequências do baixo fator de potência são reais e visíveis às empresas ao final do mês em sua conta de energia. Aumento das perdas de energia elétrica e quedas de tensão acentuadas ocorrem devido ao excesso de energia reativa, que podem ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e a sobrecarga de elementos da rede. A subutilização da rede também é verificada e inviabiliza sua plena utilização. Custos com sistemas de controle, comando e proteção aumentam conforme mais energia reativa é injetada.

Dessa forma, as vantagens são muitas, tanto para a indústria quanto para as concessionárias. O cliente reduz significativamente o custo com energia elétrica, há aumento da eficiência energética da sua empresa, da vida útil de seus equipamentos e da capacidade de instalação de novas máquinas, sem falar de outros benefícios adicionais, como melhoria do nível de tensão. Para as concessionárias, há uma diminuição dos custos de geração e das perdas nas linhas, além do aumento na capacidade do sistema de distribuição.

E não pode se esquecer da ampliação da atuação de profissionais da área da elétrica que vai desde o dimensionamento, instalação e até a manutenção dos bancos de capacitores.

Portanto, todo mundo sai ganhando!

Projeto da correção do fator de potência

São muitas as variáveis a serem consideradas em um projeto de correção de fator de potência. Para empresas em operação, de início faz-se necessário o levantamento de dados do transformador alimentador, do fator de potência e da demanda contratada. Já para empresas em projeto, deve-se levantar os dados das cargas não lineares que serão instaladas a fim de presumir o fator de potência e detectar harmônicas na instalação.

Mas cuidado!

A instalação de capacitores em paralelo com cargas indutivas pode acarretar em diversos problemas caso a situação não seja analisada adequadamente. Uma atenção especial deve ser dada à presença de harmônicas na rede. Estas são decorrentes de cargas não-lineares cuja forma de onda da corrente não é senoidal. Cargas como inversores de frequência, retificadores, máquina de solda e lâmpadas fluorescentes com reatores eletrônicos promovem essas distorções na forma de onda.

Estas componentes causam superaquecimento em motores e acelera a sua fadiga, degradam as isolações de cabos, ocasionando queimas e falhas, elevam as perdas com o aumento da corrente e, dentre muitos outros problemas, a ressonância entre o transformador e o banco de capacitores. E, para este último, faz-se necessária a utilização de indutores anti-harmônicas ou, também chamados de reatores de dissintonia.

Portanto, no momento de contratar profissionais para realização de projetos em sua empresa, busque por profissionais da área e, acima de tudo, por profissionais qualificados. Só estes lhe proporcionarão confiança e qualidade em seu trabalho!